quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

EB1 de Gandra - Guilhufe

Ora, toda a gente sabe que engolir garrafas não faz bem à digestão. O crocodilo ficou logo com dores de barriga e as suas belas escamas verdes, tornaram-se amarelas, com bolinhas vermelhas.
- Ai, que desgraça, para que é que comi a garrafa, ai que desgraça, maldita garrafa! – Queixava-se o crocodilo, sem parar.
Foi então que o elefante Rage teve uma brilhante ideia, e virando-se para o crocodilo, disse-lhe:

- Deixas que eu, com a minha tromba forte te levante pela cauda e te sacuda e, assim, contigo com a cabeça para baixo, pode ser que a garrafa saia. Nós ficamos com ela e tu ficas bom da barriga.
O crocodilo concordou logo e assim fizeram: tanto abanaram o pobre crocodilo, tanto o sacudiram que, a garrafa acabou por lhe sair pela boca.
Maya já tinha outra vez a garrafa e o sonho de André podia continuar. Mas, como fazer para que a garrafa chegasse à Africa e ao menino de “pele escura”? O crocodilo é que os podia ajudar. Ele é que vagueava por rios e mares. Podia, na sua viagem, encaminhar a garrafa e deixá-la mais perto do seu objectivo.
Mas, o crocodilo, posto a par da ideia da Maya, não estava pelos ajustes. Pelo contrário, estava farto da garrafa que tantas dores de barriga lhe tinha dado, e nem vê-la queria!
Porém, Maya contou-lhe o sonho de André, mostrou-lhe a garrafa que era tão bonita e lá o convenceu a levá-la na boca, com muito cuidado para não a voltar a engolir. E lá foram rio abaixo: garrafa e crocodilo, agora já ambos verdes (à procura da esperança que todos sabem também é verde e que nesta história morava no verde mar).
Tanto andou, tanto andou o crocodilo, sempre com a garrafa cuidadosamente guardada que, foi chegar a um lugar nunca jamais visto e que se chamava: “O Lugar do Nada”.
O “Lugar do Nada” era a morada do Sono, parente próximo da Morte e, por esse motivo, por todos temido. Ali quem mandava era o Silêncio que logo embirrou com a garrafa e com a ideia de André.
Como é que o Silêncio podia gostar que meninos tão distantes, de tão longínquos continentes, pudessem falar entre si? Jamais!
Por isso, o Silêncio tornou-se o pior inimigo do crocodilo e jurou a si próprio silenciar a mensagem da garrafa…



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

EB1 de Fonte da Cruz

Nas margens desse rio, uma menina chamada Maya chorava desconsoladamente porque o seu pai acabava de lhe comunicar que ela iria casar brevemente.
De repente, algo reluz nas águas do rio. Maya limpou as suas lágrimas e, admirada com tamanho brilho, mergulhou nas límpidas águas do Ganges e alcançou o objecto reluzente. Quando chegou à margem, o seu amigo elefante Raje, com a sua força, ajudou-a a sair da água e perguntou-lhe.
- Por que mergulhaste?
- Porque vi algo que reluzia na água - respondeu Maya.
- E o que é? - perguntou ele curioso.
- É uma bela garrafa pintada! Queres ver?
No momento em que Maya colocava a garrafa na
tromba do Rage, ambos se aperceberam que ela tinha um papel no seu interior. Então, decidiram abri-la. Para espanto deles, o papel era uma mensagem de um menino chamado André. Após a leitura da mensagem, Maya sentiu uma imensa vontade de dar continuidade ao sonho do André - fazer chegar a garrafa ao seu destino.
Foi então que Rage sugeriu a Maya para solicitar ajuda. Maya
subiu para Rage e decidiu ir ao encontro da sua mãe.
Entretanto, pelo caminho, Rage assustou-se com o aparecime
nto repentino de um enorme crocodilo. Maya, com o movimento brusco de Rage, deixou cair a garrafa.
O crocodilo, esfomeado, engoliu-a...