Ora, toda a gente sabe que engolir garrafas não faz bem à digestão. O crocodilo ficou logo com dores de barriga e as suas belas escamas verdes, tornaram-se amarelas, com bolinhas vermelhas.
- Ai, que desgraça, para que é que comi a garrafa, ai que desgraça, maldita garrafa! – Queixava-se o crocodilo, sem parar.
Foi então que o elefante Rage teve uma brilhante ideia, e virando-se para o crocodilo, disse-lhe:
- Deixas que eu, com a minha tromba forte te levante pela cauda e te sacuda e, assim, contigo com a cabeça para baixo, pode ser que a garrafa saia. Nós ficamos com ela e tu ficas bom da barriga.
O crocodilo concordou logo e assim fizeram: tanto abanaram o pobre crocodilo, tanto o sacudiram que, a garrafa acabou por lhe sair pela boca.
Foi então que o elefante Rage teve uma brilhante ideia, e virando-se para o crocodilo, disse-lhe:
- Deixas que eu, com a minha tromba forte te levante pela cauda e te sacuda e, assim, contigo com a cabeça para baixo, pode ser que a garrafa saia. Nós ficamos com ela e tu ficas bom da barriga.
Maya já tinha outra vez a garrafa e o sonho de André podia continuar. Mas, como fazer para que a garrafa chegasse à Africa e ao menino de “pele escura”? O crocodilo é que os podia ajudar. Ele é que vagueava por rios e mares. Podia, na sua viagem, encaminhar a garrafa e deixá-la mais perto do seu objectivo.
Mas, o crocodilo, posto a par da ideia da Maya, não estava pelos ajustes. Pelo contrário, estava farto da garrafa que tantas dores de barriga lhe tinha dado, e nem vê-la queria!
Porém, Maya contou-lhe o sonho de André, mostrou-lhe a garrafa que era tão bonita e lá o convenceu a levá-la na boca, com muito cuidado para não a voltar a engolir. E lá foram rio abaixo: garrafa e crocodilo, agora já ambos verdes (à procura da esperança que todos sabem também é verde e que nesta história morava no verde mar).
Tanto andou, tanto andou o crocodilo, sempre com a garrafa cuidadosamente guardada que, foi chegar a um lugar nunca jamais visto e que se chamava: “O Lugar do Nada”.
O “Lugar do Nada” era a morada do Sono, parente próximo da Morte e, por esse motivo, por todos temido. Ali quem mandava era o Silêncio que logo embirrou com a garrafa e com a ideia de André.
Como é que o Silêncio podia gostar que meninos tão distantes, de tão longínquos continentes, pudessem falar entre si? Jamais!
Por isso, o Silêncio tornou-se o pior inimigo do crocodilo e jurou a si próprio silenciar a mensagem da garrafa…
Sem comentários:
Enviar um comentário