- Onde vais com tanta pressa? Também estás a fugir de alguém? – perguntou a Mafalda.
- Não, nada disso. Eu estou com muita pressa porque já estou atrasado.
- Estás atrasado? Para onde vais? – perguntou a formiga gigante.
- Como sabem o mês de Novembro já está a acabar e vem aí o mês de Dezembro. Todos os anos, por esta altura, vou para a Natalândia ajudar o Velhinho.
- Esse lugar ainda não conheço. Podemos ir contigo?
- Nem penses! Já disse que tenho pressa e vocês são umas lesmas voadoras!
- Eu cá não sou lesma – disse a Formiga muito ofendida. Vamos a uma corridinha? E ainda sou capaz de carregar com todas as flores. Meninas, toca a subir! Apertem os cintos! Um… Dois… Três… Partiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..!
De repente, ouviram uma voz muito delicada:
- Por favor, deixem-me ir convosco. Nunca fui à Natalândia.
Viraram-se todos muito admirados. Era uma nuvem muito fofa e branquinha.
- Podes vir, mas depressa que tenho pressa. – disse o pássaro vermelho.
- Apertem os cintos! Um… Dois… Três… Partiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…!
Mas a Formiga não chegou a acabar a frase porque se ouviu uma voz esganiçada:
- Nem penses! Formiga, prego a fundo! Acelera!
- Não tenho gasolina! Não me deixem aqui sozinha! Prometo que não vos faço mal!
-No Natal – disse o pássaro – ninguém pode fazer mal. Deixem-na vir, mas depressa que tenho pressa.
- Não tenho gasolina – repetiu a Bruxa.
- Nós já vamos muito apertadas! Lotação esgotada!...Não cabe cá mais ninguém! – disseram as flores.
- Eu dou-te boleia – disse a Nuvem com a sua vozinha doce.
E lá partiram em fila: o Pássaro Vermelho, a Formiga que parecia uma jarra voadora , tantas eram as flores e a Nuvem com a Bruxa a cavalo.
Começou a escurecer e estava um frio de rachar. A Bruxa batia os dentes, a formiga batia as patas e as flores batiam as pétalas para aquecer.
O pássaro batia as asas, mas era para voar. - Que bonito! – exclamou a Nuvem. – Parece que estão a tocar música!
- Pois parece! – disseram as flores.
E começaram a cantar: (música: É Natal é Natal)
E começaram a cantar: (música: É Natal é Natal)
Natalândia, Natalândia
Vamos visitar
A cavalo na Formiga
Vamos lá chegar.
Uau! – disse a Formiga.
E a bruxa continuou a cantiga:
Vamos visitar
A cavalo na Formiga
Vamos lá chegar.
Uau! – disse a Formiga.
E a bruxa continuou a cantiga:
Olha as florinhas
Que parvas que são
Quando lá chegarem
Como-vos com pão!
Ei! – disse o Pássaro.
E a Nuvem muito afinadinha:
Ai que Bruxa má!
Eu nunca tal vi
Se não estás calada
Deixo-te já aqui!
Ui! – disse a Bruxa.
Foi uma risota. As flores bateram palmas com as pétalas, a Formiga com as patas e o pássaro bateu as asas com mais força. A Bruxa batia os dentes, mas de medo de ficar sozinha no escuro. Até a Nuvem deu uma gargalhada. Soltaram-se as gotas de chuva e, como estava muito frio, começou a nevar.
Ao longe apareceram umas luzes a acender e a apagar e o pássaro anunciou:
- Estamos quase a chegar! Ali é a Natalândia.